quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Polêmica: advogado diz que Governo trata defensoria com pão e água



Qua, 31 de Agosto de 2011 01:32
O defensor público Valdir Perazzo deu razão à Corregedoria do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, que recomendou aos juízes a nomeação de advogados dativos por falta de estrutura da Defensoria Pública. O advogado lembrou que há doze anos, essa deficiência era do Ministério Público.
- O Ministério Público, há doze anos, quando teve início o Governo da Frente Popular, não era uma instituição estruturada. Nos municípios faltavam ate mesas cadeiras.
Para ele, da mesma forma que o governo souber fazer estruturar o Ministério Público, “que, nesse particular, merece nossos aplausos”, mantém a defensoria pelo mesmo período, “a pão e água”, acrescentou.
- O que é lamentável! Um governo do povo, tratar com tanto descaso uma instituição do povo. Eminentemente do povo. A Defensoria Pública está em situação de indigência. Falta-lhe: estrutura física – não tem prédio próprio – defensores públicos, assessores, estagiários, computadores, copiadoras, etc. – desabafou o defensor.
Perazzo lembra ainda que essa política do Estado contraria a política do governo federal sobre a instituição. Segundo o Ministério da Justiça, a maioria dos presos brasileiros é pobre, e sem a Defensoria Pública plenamente instalada não tem direito à defesa ou ao acompanhamento na fase da execução penal. Ainda com relação às bandeiras defendidas pelo Ministério, está a garantia da autonomia financeira e administrativa com previsão orçamentária para as defensorias.
- Outro ponto importante defendido pela política nacional é a de ampliação do número de defensores públicos, bem como quadro de apoio técnico adequado e suficiente. E mais, garantir a presença dos defensores nas delegacias e unidades prisionais, assim como reforçar a obrigatoriedade da sua visita nas unidades – comentou o advogado.
Jairo Carioca - da redação de ac24horas

Gasolina começa a faltar em alguns postos de Rio Branco



Ter, 30 de Agosto de 2011 09:52
Efeitos do Madeira!
Os donos de postos de combustíveis começam a sentir os reflexos da seca no rio Madeira, que tem dificultado a travessia das balsas com os caminhões de combustíveis para a cidade de Rio Branco. Segundo informação de diretores do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Acre, em alguns postos da capital, já falta gasolina.
Parte dos postos de gasolina apresenta baixa na estocagem de combustíveis e, em alguns postos, a informação é que o produto se esgotou. Os diretores do sindicato destacaram que proprietários de estabelecimentos estão fechando por conta da falta de gasolina, e só reabrirão quando a situação for solucionada.
O problema poderá levar a outra situação que os consumidores estão acostumados em certas eventualidades. Os preços dos combustíveis e derivados poderão sofrer reajustes, tanto na capital, quanto no interior, onde os condutores pagam um dos preços mais elevados do País.
Ray Melo, da redação de ac24horas – raymelo.ac@gmail.com

“Justiça vive revolução silenciosa”, diz ministro Peluso

31/08/2011 - 07:46 


“A justiça brasileira vive uma verdadeira revolução silenciosa desde a criação do Conselho Nacional de Justiça”, disse no dia 29 de agosto (segunda-feira), ministro Cezar Peluso, presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), na abertura do Seminário Justiça em Números. O evento está sendo realizado na Escola da Magistratura, em Brasília. Sob a coordenação do CNJ, o Poder Judiciário vem realizando um esforço para aumentar a transparência e a qualidade da gestão dos tribunais, com a adoção de métodos científicos.
A publicação Justiça em Números, pesquisa realizada pelo CNJ com os tribunais trabalhistas, estaduais e federais, retrata a realidade a partir da qual são planejadas ações para melhorar a prestação jurisdicional aos cidadãos, comentou o presidente do CNJ. “A fotografia deve servir de base para a construção do futuro”, completou.
De acordo com a pesquisa, tramitaram 83,4 milhões de processos em 2010 nos tribunais brasileiros, 0,6% a mais do que em 2009. O relatório, destacou o ministro Peluso, também registra um aumento da taxa de congestionamento de 67%, em 2009, para 70%, em 2010.
O maior gargalo do Poder Judiciário, entretanto, está nas execuções fiscais, principalmente na primeira instância da Justiça estadual. O ministro ressaltou que a taxa de congestionamento chega a 90% na área de execução fiscal.
A realização do seminário, com a participação de especialistas estrangeiros, segundo o presidente do CNJ, vai ajudar na melhor compreensão dos dados levantados pela pesquisa. Ele lembrou que “por trás dos números” há pessoas que buscam a Justiça para solucionar seus conflitos. | Gilson Luiz Euzébio/CNJ

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PSDB promete entrar com ação na PGR contra Gleisi Hoffmann

Texto publicado em 26 de Agosto de 2011 - 06h45


SÃO PAULO - O PSDB promete protocolar na próxima semana representação na Procuradoria Geral da República contra a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann.
O pedido foi motivado após denúncia de que a ministra teria transformado sua “exoneração a pedido” em demissão, em 2006, quando ocupava o cargo de diretora financeira de Itaipu.
A manobra permitiu, além do recebimento de férias proporcionais, resgate dos 40% de indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).
Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a petista se beneficiou do pagamento de indenização que não lhe era devida, ato que pode configurar improbidade administrativa e peculato. “Como diretora financeira, ela pagou a si própria. Isso precisa ser investigado”, disse Nogueira.
Fonte: Valor Econômico

Fracasso do Fogão Geralux é debatido no plenário da Assembleia Legislativa



Deputados querem saber porque o equipamento distribuído aos seringueiros não funciona
Deputados debateram nesta quarta-feira, 24, o fracasso do fogão Geralux nas comunidades isoladas. O programa recentemente implantado por meio de pesquisas não funciona. Quase um milhão de reais foi gasto na execução e distribuição do produto, que de acordo com alguns deputados,  é patrimônio do estado, e estão se estragando pela falta de funcionalidade.
Em visita a reserva do Antimary, a deputada Marileide Serafim  colheu algumas imagens da atual utilização dos fogões Geralux. O equipamento nasceu com funcionalidade de cozinhar e produzir energia suficiente para acender três lâmpadas e ligar uma televisão ou outros equipamentos de baixo consumo, como rádio.
Mas o que foi detectado, é que os fogões não estão funcionando. A aposição lembrou que os equipamentos são patrimônio do estado, e que o governo precisa fazer prestação de contas do investimento. “A gente constatou que eles estão jogados aos pedaços, sem utilidade”, disse a deputada Serafim.
O Deputado Major Rocha, que também esteve na comunidade isolada, teceu críticas ao investimento de quase um milhão de reais na pesquisa e aquisição dos fogões. Ele disse ainda que providências vai tomar, à respeito do assunto. “Vamos encaminhar expediente ao Ministério Público, para que apure o desperdício desse programa de quase um milhão que não deu certo”.
Para os deputados Manoel Moraes (PSB) e Moisés Diniz (PC do B), não se pode tabular o projeto em fracasso, por que houve uma tentativa de trazer as comunidades isoladas, o conforto da vida urbana. Para eles, o investimento em tecnologia não deve ser considerado como algo infalível
“O que seria da humanidade se não fosse a pesquisa”, destacou Moraes. “Foi uma tentativa do governo de levar energia à quem não tem. A primeira experiência não deu certo. É uma questão tecnológica, não política”, disse Moisés Diniz.

Mensalão poderá prescrever na próxima semana



Qui, 25 de Agosto de 2011 23:15
Passados quatro anos do recebimento da denúncia contra 40 suspeitos de envolvimento no mensalão, o crime de formação de quadrilha, espinha dorsal da denúncia, pode prescrever na próxima semana. Para que este crime não saia impune, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) terão de aplicar penas para os acusados pelo crime de quadrilha superiores a dois. Se a pena não ultrapassar dois anos, os acusados estarão livres desse crime.

São acusados do crime de formação de quadrilha, por exemplo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado pelo Ministério Público como o chefe do grupo, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e o ex-presidente do PT José Genoino. Além deles, há outros 19 réus que responderão pelo mesmo crime.

A pena prevista no Código Penal para o crime de formação de quadrilha varia de 1 a 3 anos de reclusão. Inicialmente, os ministros precisam julgar haver provas suficientes para confirmar a existência da quadrilha e a participação de cada um dos acusados. Ministros do STF, em caráter reservado, avaliam que será difícil obter provas suficientes contra todos.

Caso confirmem a prática do crime, os ministros estabelecerão qual será a pena aplicada a cada um dos condenados. Os ministros deverão considerar os antecedentes de cada um, a conduta social, as circunstâncias e consequências do crime. Além disso, deverá levar em consideração qual será a sanção necessária para reprovar e prevenir a repetição da prática do crime.

Nesse cálculo, parte dos réus pode ser beneficiada com a prescrição em razão da posição que ocupavam no esquema cuja existência foi apontada pela Procuradoria-Geral da República. Se encontradas provas da participação de peças consideradas chave do esquema, como José Dirceu e José Genoino, estes poderão receber penas maiores em razão das posições que ocupavam na época.

Se aplicada uma pena inferior a dois anos, o crime estará prescrito. De acordo com a legislação, o crime estaria prescrito contados quatro anos após o recebimento da denúncia pelo Supremo. Para penas superiores a dois anos, o prazo de prescrição subiria para oito anos. Nesse caso, o crime não estaria prescrito quando a ação penal for levada a julgamento o que pode ocorrer no próximo ano.

A passagem do tempo e a possibilidade de prescrição preocupavam especialmente o ministro Joaquim Barbosa. Essa foi uma das razões para o ministro ter buscado soluções para evitar possíveis chicanas judiciais.
Fonte: Agência Estado


Pesquisadores descobrem indícios de rio subterrâneo sob o Rio Amazonas

Pesquisadores do Observatório Nacional, no Rio de Janeiro, anunciaram ter descoberto indícios da existência de um rio subterrâneo com cerca de 6 mil km de extensão e a 4 mil metros de profundidade abaixo do Rio Amazonas. O estudo é baseado na análise de dados de temperatura de 241 poços perfurados nas bacias sedimentares do Acre, Solimões, Amazonas, Marajós e Barreirinhas.
Ambos os rios têm o mesmo sentido de fluxo, de oeste para leste. Contudo, existem diferenças marcantes na vazão,  nas larguras das áreas de drenagem  e  nas  suas  velocidades de escoamentos.  A vazão média do Rio Amazonas é estimada em cerca de 133.000 m3/s, enquanto a do Rio Hamza é estimada em 3090 m3, valor superior ao do Rio São Francisco. 
Rio tem cerca de 6 mil km de extensão e corre a 4 mil metros de profundidade
Rio tem cerca de 6 mil km de extensão e corre a 4 mil metros de profundidade
A largura do Rio Amazonas varia de 1 a 100 quilômetros, na área de estudo, enquanto a do fluxo subterrâneo varia de  duzentos  a  quatrocentos quilômetros.  As velocidades das águas no Rio Amazonas variam de 0,1  a 2 metros por segundo, dependendo das condições hidrológicas locais. Por outro lado, as velocidades do fluxo subterrâneo são relativamente pequenas. 
Os integrantes do Laboratório de Geotermia do Observatório Nacional nomearam este fluxo subterrêneo de Rio Hamza, em homenagem ao professor Valiya Hamza, da Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional. 

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Corte Eleitoral vota pela inelegibilidade por três anos de Walter Prado

Ter, 23 de Agosto de 2011 00:42 Agazeta
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A Corte Eleitoral do Acre votou pela procedência parcial da Ação de Investigação Judicial Eleitoral ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral em desfavor de Walter Leitão Prado, declarando sua inelegibilidade pelo prazo de três anos.
Walter-prado
O julgamento, que teve início na sessão de quinta, 18, foi suspenso em razão de pedido de vista dos autos formulado pelo juiz-membro Glenn Kelson Castro e teve continuidade na sessão de ontem,  22.

Com três votos pela procedência parcial da ação (incluindo o do relator) e três votos divergentes (pela total improcedência do pedido), o presidente do TRE/AC, desembargador Pedro Ranzi, desempatou a votação, acompanhando o juiz relator.

Na Ação, o Ministério Público Eleitoral (MPE) pedia a cassação do registro do deputado Walter Leitão Prado, eleito em 2010, além da declaração de sua inelegibilidade por oito anos, acusando-o de abuso de poder econômico.

Segundo o MPE, a partir de denúncia anônima, teria havido a constatação de que o acusado mantinha a prática abusiva de fornecer transporte a eleitores, fazendo uso desse artifício para angariar votos. Além disso, Walter Prado teria feito a doação de uma espingarda de seta a um eleitor, o que foi posteriormente confirmado pelo próprio acusado.

Pela decisão, da qual ainda cabe recurso, declarou-se o acusado inelegível por três anos - e não por oito, como havia  pedido o MPE -, pois a Lei da Ficha Limpa, que prevê os oito anos de inelegibilidade, não vale para as eleições de 2010, conforme entendimento firmado pelo STF. A Corte entendeu, ainda, que não cabe cassação de mandato no caso. (Ascom TRE)

Temer vira bombeiro da crise no PMDB da Câmara


A Vice-Presidência da República irá sediar hoje à noite uma reunião cujo objetivo é resolver uma briga entre os deputados do PMDB da Câmara. Presidente nacional licenciado do partido, o viceMichel Temer terá de mediar os desentendimentos de setores da bancada com o líder Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A principal celeuma envolve a indicação do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a vaga de relator da Comissão Especial do novo Código de Processo Civil. Com o deputado Danilo Forte (PMDB-CE), setores da bancada criticaram a escolha de Cunha para compor a comissão. O deputado do Rio de Janeiro contratou com texto publicado no seu site:
“Agora, que eu saiba, Danilo Forte não é líder. Ele não tem poder de vetar e tem o direito a não ser vetado por ninguém. Na Funasa, ele mandava e desmandava à revelia do ministro naquela época”, escreveu Cunha, referindo-se ao período em que Forte foi presidiu a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), entre 2005 e 2007.
Em seguida, Cunha lembrou que a gestão de Danilo na Funasa foi alvo de denúncias. “Como já falei em outras ocasiões, defendi-o de denúncias. O líder também o defendeu e, por conta disso, quase rompeu com o ministro. Não conheço o destino das suas denúncias e não prejulgo ninguém. Não sou dissimulado e não faço política desse jeito”, disse.
A reunião na Vice-Presidência será realizada a pedido do deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). “Vamos dizer que as decisões da bancada não podem ficar concentradas nas mãos de três ou quatro pessoas. Basicamente com só com o Henrique e com o Eduardo Cunha”, disse Vieira Lima, que é irmão do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA).
Danilo Forte citou que há 35 dos 79 parlamentares do PMDB insatisfeitos com Cunha e Alves na bancada. “Mas a reunião com Temer não é contra ninguém. Queremos é que as coisas sejam mais democráticas dentro da bancada”, disse. “Sobre a indicação do Eduardo Cunha na comissão, a reclamação é a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prefere alguém da área juridica”, completou.
Adriano Ceolin, iG Brasília 22/08/2011 16:52

Manifestantes ocupam prédio do Ministério da Fazenda em Brasília

MST e outras organizações pedem retomada das negociações sobre dívidas de pequenos agricultores e reforma agrária



Pelo menos 4 mil trabalhadores rurais da Via Campesina ocuparam nesta terça-feira o hall de entrada e a laje do prédio do Ministério da Fazenda em Brasília. Entre os objetivos da ocupação está a retomada das negociações referentes às dívidas dos pequenos agricultores, avaliadas em cerca de R$ 30 bilhões. 
Segundo a Polícia Militar, o ato é pacífico. Equipes estão no local. De acordo com a corporação, os trabalhadores marcharam até o prédio. Desde segunda-feira (22), os movimentos que integram a Via Campesina estão acampados na capital federal em um acampamento, nos arredores do Ginásio Nilson Nelson.
Foto: Agência Brasil/Wilson Dias
Integrantes do MST invadem Ministério da Fazenda, em Brasília, durante mobilização nesta terça
A mobilização faz parte da Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária que acontece em todo o Brasil desde o dia 22 de agosto. A jornada também exige o assentamento imediato de 60 mil famílias acampadas e luta contra o fechamento das escolas no campo. 
A Via Campesina é integrada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pescadores e Pescadoras, Quilombolas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), além do Sindicato dos Trabalhadores da Embrapa (Sinpaf), da Federação dos Estudantes de Agronomia e da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal.

domingo, 21 de agosto de 2011

Sérgio Guerra "abre a boca" sobre a BR 364



Dom, 21 de Agosto de 2011 07:42
Entre um gole e outro do agradável café da manhã no Hotel Pinheiro, que marcou a agenda política do deputado federal Sérgio Guerra, em Rio Branco, o líder dos tucanos deixou escapar o outro lado do homem de poucas palavras, calmo e sereno. Ao lado de Tião Bocalom e do deputado Major Rocha, ele analisou o cenário político nacional e regional. Com voz compassada, o ex-senador que se tornou referência em orçamento, alertou para a máquina pública que em sua opinião, “é muito mais poderosa do que qualquer partido”, disse. O repórter Jairo Carioca acompanhou com exclusividade a agenda do deputado e gravou entrevista onde ele aponta os principais erros da política da presidente Dilma e dos irmãos Viana no Acre. “Aqui se constrói uma rodovia que já deveria ter mandado muita gente para a cadeia”. Veja esse e outros pontos da entrevista.
AC24horas - Deputado, como o PSDB observa essa crise enfrentada pela presidente Dilma Rousseff nos primeiros oito meses de governo?sergioguerra_entrevista_fotointerna1

Sérgio Guerra
 – Essa tal faxina que a Dilma faz agora muito estranhamente não chegou ao PT. E quem controla a máquina central do país não é o PR e nem o PMDB, não são os partidos do PTB e PP. Quem controla isso tudo é o PT. Controla a Petrobrás, a Eletrobrás, controla o Ministério da Fazenda, do Planejamento e as nomeações.
AC24horas – Mas a presidente demitiu todos os ministros supostamente envolvidos em escândalos. Isso não demonstra sua vontade de fazer limpeza?
Sérgio Guerra – 
Esses ministros foram nomeados por ela há oito meses. Das duas uma, ou ela não nomeou ninguém, foi o Lula que nomeou todo mundo, ou ela não sabia o que estava fazendo. Por que não se admite que em oito meses, se descubra que dois, três, quatro ministros não serviam para governar e nem gerenciar o dinheiro público. O Palocci foi embora, mas na hora que ele foi a Dilma chorou lágrimas. Essa faxina é para inglês ver. Ninguém mexe na Eletrobrás, na Petrobrás, no centro do poder e do dinheiro.
AC24horas – Quando o senhor fala em competência para gerenciar o dinheiro público, o senhor se refere somente ao governo federal?
Sérgio Guerra – 
Quando a corrupção se alastra ninguém controla. Isso está acontecendo no Brasil e no Acre. Aqui se constrói uma rodovia que já deveria ter mandado muita gente pra cadeia.
AC24horas – O senhor acredita que fatos como esse devem influenciar nas eleições de 2012 em todo o Brasil. Mesmo com tantos escândalos o Lula elegeu a Dilma e o Binho elegeu Tião Viana no Acre.
Sérgio Guerra – 
Nas últimas eleições, os candidatos a presidente ganharam as eleições no Acre. O povo se uniu lá em baixo. Não foram as lideranças que se uniram, foi o povo. E o povo está unido, independente da nossa vontade para que a questão do poder aqui seja mudado. Os partidos de oposição que estão nesta mesa, precisam ter a grandeza de entender isso. Eu vi o esforço da eleição passada. Conversei com os senadores que vocês elegeram e com o partido, posso analisar que esta construção que não foi tão grande, já nos levou quase ao poder.
AC24horas – Na sua avaliação o que faltou para Tião Bocalom ser governador do Acre, já que por duas vezes a vitória do PSDB no Acre sempre bate na trave?
Sérgio Guerra – 
Faltou apoio federal, nós assumimos isso.  Mas ganhamos a eleição de senado. Não é pouco. Elegemos deputados federais, o Márcio teve uma votação extraordinária e o Bocalom surpreendeu o Brasil inteiro com os votos que teve.
AC24horas – Há quem diga que a eleição de Bocalom foi resultado da insatisfação do eleitorado com o PT, coisa de momento. O senhor acredita nesta tese?
Sérgio Guerra – 
Também ouvi esse comentário de alguém do outro lado. Eles dizem que foi coisa acidental. Mas fiquei pensando, meu Deus, será que o povo do Acre elegeu de forma acidental também um senador, os deputados federais, o nosso candidato a presidente? Acidental coisa nenhuma, é uma vontade de mudança que o povo do Acre já tem formada em sua cabeça.
AC24horas – E qual a receita que o senhor com toda a experiência política que tem, trás para a oposição do Acre?
Sérgio Guerra – 
A grandeza de entender a vontade do povo. Estabelecer programas e trabalhar a unidade. Não quero pronunciar apenas palavras, eu quero dizer que essa unidade não depende do PSDB e dos outros partidos que estão sentados aqui, mas deve estar no povo. Se “nós” no plural tivermos a capacidade de representar a unidade, nós vamos ganhar todas e vamos livrar esse estado do coronelismo, um modelo de governo que não tem mais em outros lugares.
AC24horas – O senhor é de uma região em que o presidente Lula tem superioridade histórica.
Sérgio Guerra – 
O Lula não tem responsabilidade no que diz. Entre dizer a verdade e agradar o povo ele prefere agradar o povo. É um grande brilhante demagogo. E com isso conseguiu se eleger presidente e eleger a Dilma. O povo não votou na Dilma, votou no Lula. Quem sustenta o povo do nordeste é o Bolsa Família, o cara tá lá, não tinha do que viver e dependia da agricultura. E quando chovia dava algum resultado, mas quando não chovia não dava resultado nenhum, somente pobreza e miséria.
AC24horas – O senhor condena o Bolsa Família? Esse programa não foi criado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso?
Sérgio Guerra – 
Nós imaginamos programas sociais nos quais o povo entrasse, recebesse e tivesse contrapartida e não apenas uma transferência de recursos. Para que a população melhorasse em todos os aspectos, na barriga e na cabeça. Isso foi abandonado, mas não vamos condenar isso, temos que apoiar com a absoluta convicção de que foi bom para o Brasil, o povo melhorou, a distribuição de renda melhorou, os pobres compraram mais, assim como nas grandes partes do mundo, na África, na Ásia. Não podemos dizer que o governo de Lula foi ruim, mas que está esgotado, o tempo deles acabou.
AC24horas – Esses programas influenciaram as eleições estaduais, foram referências para as eleições dos governos do PT?
Sérgio Guerra – 
Não sei se no passado o PT do Acre fez algo pelo povo. Posso garantir que de agora para frente, tudo que eles fizerem é ruim para o povo, porque está contaminado pelo coronelismo, o uso indevido da máquina pública. Temos que quebrar essa fórmula igual à utilizada no sertão, quando os coronéis dominavam o povo oferecendo água. O PT tem cada vez menos votos dentro das classes independentes. Vota no PT quem depende do governo.
AC24horas – Essa regra é no Brasil inteiro, o senhor acredita na tendência do PSDB continuar avançado neste eleitorado?
Sérgio Guerra – 
Essa é a regra, as pesquisas mostram isso. Avançamos inclusive nas camadas mais pobres. Gente que mesmo pobre, não precisa do governo e nem da máquina pública para viver, pequenos produtores que aprenderam a votar na gente. O FHC fala da nova classe média, pessoas que saem da pobreza para melhorar. Aqui no Acre é um processo atrasado, tem uma família que tomou conta do poder. Isso não é mais segredo em canto nenhum desse país, portanto, é uma obrigação de todos se juntarem e tomarem o poder deles e devolverem a democracia para o Acre.
Jairo Carioca - da redação de ac24horas
jscarioca@globo.com