Muito
se fala do tal conflito de gerações, a diferença entre valores dos
Baby-Boomers, os Geração X e a atual Geração Y. Eu tenho uma opinião clara
sobre isso: Pura Besteira.
Dia
desses estava lendo um artigo no Estadão sobre a Geração Y que descrevia o que
esses profissionais mais levam em conta na hora de escolher uma empresa para
trabalhar. Segue a lista abaixo, não necessariamente em ordem de
prioridade:
-
Ambiente de trabalho agradável; - Qualidade de vida; - Crescimento profissional;
- Boa imagem no mercado; - Desenvolvimento profissional
Sério?
Isso é o que a Geração Y quer? Eles e toda a torcida do Flamengo. Quem não
quer, afinal, trabalhar em uma empresa com essas características? Se nada disso
é novidade, onde está a razão de tal conflito? O que faz com que exista um
problema de comunicação entre a geração Y e os profissionais de gerações
anteriores?
Expectativas,
tudo não passa de gerenciamento de expectativas. Se todos buscam trabalho em
empresas com características acima descritas, também é notório que ainda são
poucas as que de fato isso oferecem. Colocado de forma nua e crua, o conflito
de gerações nada mais é do que um conflito entre os que anseiam uma empresa
melhor e os que já se acomodaram com a empresa que tem. Melhor dito: É um
conflito entre os que querem mudar, mas não sabem como, e os que sabem como mudar,
mas não querem.
Simples
assim.
Claro,
não sou ingênuo a ponto de pensar que todas as organizações são capazes de
fazer essa transformação e oferecerem as condições de trabalho desejadas pelas
novas gerações. E, certamente, levam vantagem as que já nasceram com esses
valores no seu DNA. Mas, o destino daquelas que não conseguirem mudar me parece
claro: Estarão fadadas ao esquecimento ou a mediocridade, o que vier
primeiro.
Essa
é a má notícia.
A
boa notícia é que o "conflito" de gerações é também uma tremenda
oportunidade, e falo disso por experiência própria. Cada vez que eu converso
com um Y me olho em um espelho que reflete o passado. Vejo a paixão, aquela
faísca, a certeza de que ainda posso mudar o mundo. Isso me revigora como
profissional e me relembra constantemente a razão de estar aqui. Vejo também a
ansiedade, às vezes, a truculência, características que também me recordam do
jovem Jack. Mas, é justamente aí que posso ajudar.
Tenho
certeza de que o papel das gerações anteriores é desenvolver e incentivar as
novas gerações, para que eles se tornem agentes mais efetivos de mudança.
Juntos, X, Y e Baby Boomers formam uma tríplice imbatível para as
empresas que souberem aproveitar o melhor de cada geração, com vistas à
construção de um objetivo comum e, quem sabe, um futuro melhor.
Por Jack DelaVega
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