terça-feira, 6 de dezembro de 2011


IBGE: economia brasileira tem estagnação no 3° tri

6/12/2011 12:37,  Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro

A economia brasileira ficou estagnada no terceiro trimestre deste ano em comparação ao segundo, com a primeira queda no consumo das famílias em quase três anos, informou o IBGE nesta terça-feira.
pib
PIB brasileiro registrou crescimento zero entre julho e setembro, na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve uma expansão de 2,1 %
O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento zero entre julho e setembro na comparação com os três meses anteriores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já na comparação com o terceiro trimestre de 2010, houve uma expansão de 2,1 %.
O consumo das famílias, um dos motores da economia nos últimos trimestres, caiu 0,1% na comparação entre o terceiro trimestre e o segundo, a primeira queda desde o quarto trimestre de 2008.
Também caíram a formação bruta de capital fixo (FBCF) -uma medida de investimentos-, e o consumo do governo, respectivamente 0,2% e 0,7 %  no período.
– O que temos aqui talvez seja resultado puxado por retração no gasto do governo– , avaliou o economista sênior da Gradual Investimentos, Andre Perfeito. “Desde o início do ano o governo vem praticando uma política econômica contracionista, não dava para esperar outra coisa.”
Serviços em queda
Na mesma comparação, a agropecuária teve expansão de 3,2% , mas a indústria registrou contração de 0,9% e o setor de serviços queda de 0,3%.
– A indústria, como já era esperado, teve retração, mas me surpreendeu a queda no setor de serviços. Esperávamos pelo menos estabilidade, dado que o mercado de trabalho continua relativamente forte– , disse o economista-chefe da CM Capital Markets, Maurício Nakaodo.
– O que ajudou de maneira geral o PIB foi o setor externo, crescimento das exportações, o que acaba sendo preocupante. Ter o crescimento do PIB condicionado ao setor externo na atual conjuntura é bem preocupante–, acrescentou.
Para o coordenador de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flavio Castelo Branco, a atividade brasileira continuará patinando neste fim de ano, com uma recuperação ocorrendo apenas a partir do ano que vem.
“Os últimos meses de 2011 devem continuar ruins e a melhora deve vir só em 2012, com as ações do governo (para estimular o consumo) e o ciclo de redução da Selic”, afirmou ele.
Na semana passada, além de o Banco Central (BC) ter feito novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, para 11% ao ano, o governo anunciou um pacote de medidas para estimular a economia. Entre elas, reduziu o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os produtos de linha branca e zerou o Imposto sobre Operações Financeiras para investidores estrangeiros em ações.
O objetivo, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é garantir que o país tenha expansão entre 4,5% e 5% no próximo ano.
Segundo o último relatório Focus do Banco Central, junto a agentes econômicos, a expectativa é de um crescimento do PIB de 3,09% este ano e de 3,48% em 2012.
Sobre 2010
Em relação ao terceiro trimestre de 2010, a agropecuária cresceu 6,9%, enquanto a indústria teve expansão de 1,0% e o setor de serviços crescimento de 2,0%.
Nessa comparação, o consumo das famílias aumentou 2,8%, a FBCF subiu 2,5% e o consumo do governo cresceu 1,2%
O resultado do PIB na comparação trimestral confirmou pesquisa da agência inglesa de notícias Reuters, onde a mediana das previsões dos economistas era de crescimento zero. Mas na comparação anual, a expectativa era de uma expansão de 2,4%.
O IBGE também divulgou nesta manhã dados revisados dos últimos trimestres. A expansão do PIB no segundo trimestre sobre o primeiro trimestre foi revisada de 0,8% para 0,7%, enquanto o crescimento do primeiro sobre o quarto trimestre passou de 1,2% para 0,8%.

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