sábado, 21 de abril de 2012


Sangrando há dois anos, paciente do interior reclama da falta de apoio do TFD e do Governo do Acre

O Tratamento Fora de Domicílio (TFD), que era para ser um benefício à população carente do Estado, aos poucos vem se tornando um tormento, para os doentes que precisam se deslocar de cidades do interior do Acre, em busca da cura de doenças que não são tratadas nas unidades de saúde dos municípios mais afastados.
As reclamações sobre o acesso e providências do TFD têm sido uma constante na rotina de tratamento de pacientes do interior. Com um sangramento ininterrupto há dois anos, a dona de casa Zenilde Rebouça Ribeiro Lima, procurou a equipe de reportagem de ac24horas, para denunciar o que ela classifica como “descaso e falta de respeito com a vida”.
Segundo relato da paciente, ela teria saído da cidade de Tarauacá, distante 450 quilômetros da capital no dia 10 de março, sem qualquer tipo de ajuda de custo ou auxílio. Ao chegar a capital, a paciente diz que estaria sendo tratada como paciente comum, sendo obrigada a enfrentar filas e chega durante a madrugada na Fundhacre.
Zenilde Rebouça reclama ainda, que estaria tendo acesso apenas as sobras de fichas dos pacientes de Rio Branco. A paciente denuncia que estaria vivendo de favores em uma residência de parente no bairro Santa Inês. “Não estou mais suportando toda essa humilhação, preciso de tratamento e não vejo boa vontade de ninguém”, reclama.
Com todos os exames prontos e com a prescrição médica seguida a rigor, Zenilde espera pelo agendamento de sua cirurgia. O medo da paciente é que tenha que refazer toda peregrinação, já que os exames foram feitos no dia 28 de março, e teriam validade de trinta dias. “Preciso de ajuda. Hoje são 20 de abril, os exames vencem daqui a oito dias”.
O que diz a equipe do TFD
Conforme apuração feita pelo TFD, Zenilde Rebouça Ribeiro Lima, chegou de Tarauacá no dia 11 de março para consulta dia 12, no Hospital das Clínicas. O médico que a atendeu, o ginecologista George Umeoka marcou sua cirurgia para o dia 24 de agosto.
Para o TFD, “neste caso, ele deveria ter retornado a Tarauacá e só voltar a Rio Branco próximo à data da cirurgia. Esse é o procedimento quando ficam hospedados nas Casa de Apoio do TFD, onde recebem também alimentação”.
Segundo os gestores do TFD, “muitos pacientes preferem ir para a casa de parentes e acabam ficando por tempo indeterminado. Vale ressaltar que pacientes intermunicipais não têm diretio a ajuda de custo, uma vez que o estado oferece a casa de apoio”.
“A paciente poderia ter procurado a gerência do TFD para relatar sua situação, mas não o fez e diante da gravidade alegada por ela somente ao repórter, o médico irá atendê-la nesta segunda, 23, às 12h30 para nova avaliação e se julgar necessário, fará a cirurgia na mesma semana”.
Segundo ainda a assessoria do TFD, “é bom esclarecer que os pacientes do TFD vindos do interior do estado têm prioridade na agenda, mas se o médico marcou para agosto é porque julgou, naquele momento, que não havia necessidade de ser em data anterior”.
Sobre as supostas irregularidades
“Antes de falar em irregularidades, é bom que se tenha clareza dos encaminhamentos corretos para que não fique parecendo que o paciente ficou sem assistência”, finaliza a assessoria do TFD.
Ray Melo,
da redação de ac24horas

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