sábado, 14 de abril de 2012

Vendas no varejo caem 0,5% em fevereiro

 Por Redação, com agências - do Rio de Janeiro
Varejo



As vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrarem alta de 9,6% em fevereiro, na comparação anual, acima do esperado pelo mercado. Sobre janeiro, elas caíram 0,5%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
Segundo o IBGE, a queda de fevereiro pode ser atribuída a uma acomodação, após uma sequência de resultados positivos, e o aumento dasvendas na comparação com fevereiro do ano passado foi puxado pelo setor de Alimentos.
Analistas ouvidos pela agência inglesa de notícias Reuters previam queda de 0,40% mês a mês e avanço anual de 9,00%.
O dado de janeiro ante dezembro foi revisado para cima, mostrando alta de 3,3%, ante avanço de 2,6% informado inicialmente.
— Vínhamos de três meses de resultados positivos, pelo que essa queda de 0,5% é uma acomodação, afirmou o coordenador da pesquisa, Reinaldo Pereira.
— Não há como dizer qual atividade teve maior influência, ao contrário da comparação anual, que tem uma estrutura de peso independente, disse Pereira.
— Nos 9,6% de alta, os alimentos foram o principal motivo, respondendo por 58,2% do resultado, acrescentou o coordenador.
De acordo com o IBGE, quatro das dez atividades pesquisadas registraram crescimento no volume de vendas em relação ao mês de janeiro, na série com ajuste sazonal.
Veículos
Em fevereiro, entre os resultados negativos estão os segmentos de Tecidos, Vestuário e Calçados (-3,6%); Livros, Jornais, Revistas e Papelaria (-2,7%); Hipermercados, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo (-2,1%) e Veículos e Motos, Partes e Peças (-1,0%).
— O item ‘Supermercado’ tinha vindo muito alto no resultado anterior (8,4%); então, os 2,1% de queda provavelmente são uma acomodação, afirmou Pereira.
Ele comentou ainda o desempenho do segmento de veículos, que apresentou queda 1% na comparação com janeiro e de 10% em relação a fevereiro do ano passado. Segundo o coordenador da pesquisa, as concessionárias creditam a queda de fevereiro ao menor número de dias úteis do mês.
— Quanto os 10% de queda ante fevereiro de 2011, não há estudo específico, mas acreditamos que seja relacionado ao aumento dos impostos de importação, afirmou.
Os resultados positivos vieram dos segmentos de Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação (alta de 3,1%); Combustíveis e Lubrificantes (+1,9%); Outros Artigos de Uso Pessoal e Doméstico (+1,6%) e Móveis e Eletrodomésticos (+1,3%).
Na comparação com fevereiro do ano passado (série sem ajuste), destacou-se o crescimento de 26,6% no volume de vendas do segmento Equipamentos e Material para Escritório, Informática e Comunicação e a expansão de 13,3% em Móveis e Eletrodomésticos.
Pereira avaliou que, com os recentes incentivos dados pelo governo para a econômica, as vendas no varejo brasileiro devem ser impactadas. “A gente está tendo incentivo do governo…E várias outras medidas podem ser tomadas se necessário para aumentar o consumo interno. Então, isso certamente deverá ser captado pela nossa pesquisa”, complementou ele.
Mercado de trabalho
As vendas estão sendo sustentadas pelo mercado de trabalho aquecido, com mais renda, emprego e crédito, estimulando o consumo. Em fevereiro, por exemplo, a taxa de desemprego ficou em 5,7%, a menor para o mês já registrada, turbinando o mercado consumidor do país ao mesmo tempo em que o governo da presidente Dilma Rousseff tenta reativar a economia após uma quase recessão no final de 2011.
Recentemente, o governo fez uma nova rodada de estímulos à economia, com foco no setor industrial. Entre outros, desonerou a folha de pagamento de alguns segmentos e anunciou um aporte de R$45 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Tudo isso com o objetivo de garantir um crescimento na casa de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. O governo tem dito que justamente o mercado consumidor interno é uma das principais alavancas desse desempenho.

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