segunda-feira, 30 de maio de 2011


Crise com Palocci ficou “no passado’, diz presidente em exercício

30/5/2011 13:14,  Por Redação - de Brasília
Palocci
Dilma e Temer se despedem na Base Aérea de Brasília
Os conflitos no Norte do país, com a morte de três militantes em prol de causas ambientais, provocaram uma reunião do comando político do governo, nesta segunda-feira, coordenado por Michel Temer, presidente da República em exercício e um dos principais negociadores do novo Código Florestal, na Câmara e no Senado. Com a viagem da presidenta Dilma Rousseff a Montevidéu, no Uruguai, Temer se reuniu na qualidade de comandante-em-chefe das forças de segurança do país com a direção da Polícia Federal, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e demais ministérios ligados ao setor.
Na reunião, Temer disse aos participantes, segundo fonte presente ao encontro, que os atritos com o ministro-chefe da Casa Civil, AntonioPalocci, há cinco dias, agora são coisas “do passado” e discussões de trabalho não deixam sequelas. Na semana passada, Temer e Paloccitiveram uma áspera discussão por telefone. A razão foram as disputas entre PT e PMDB, exacerbadas durante a negociação e votação do Código Florestal na Câmara. Na tentativa de garantir o apoio do PMDB, que acabou não ocorrendo, Palocci telefonou ao vice e ameaçou demitir todos os ministros da sigla.
– A conversa foi tensa, admito que subi o tom, falei alto mesmo, mas quem me conhece sabe que não sou de falar palavrões – afirmou Temer.
Em telefonema a Temer, na tarde deste domingo, Dilma teria externado seu desagrado com a dimensão que o caso ganhou e, segundo teria afirmado ao interlocutor, “essa história toda é muito ruim e precisa acabar logo com isso”. Em resposta, ouviu do vice-presidente que ele estaria disposto a acertar a situação e que tem conversado bastante com Palocci e que o caso não tem a importância conferida pela imprensa conservadora do país.
– Há muita intriga de ambos os lados (PT e PMDB) – reclamou.
Em entrevista aos setoristas do Palácio do Planalto, no entanto, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, reconheceu a gravidade da crise com o PMDB, agravada com o bate-bota entre o vice-presidente da República e o ministro-chefe da Casa Civil. Quanto às notícias de enriquecimento suspeito de Palocci, Carvalho espera que ele se manifeste publicamente nesta semana.
– O pior que pode acontecer agora é o governo parar – pondera.
O esforço a partir de agora é de pacificação para a votação do Código Florestal e para evitar a instalação de uma CPI no Senado para apurar o crescimento do patrimônio de Palocci. A dissidência do PMDB pode ser decisiva. Palocci é coordenador político do governo e pivô de uma crise no governo, após a divulgação no diário conservador paulistano Folha de S. Paulo sobre a multiplicação do seu patrimônio em 20 vezes, ao longo de quatro anos, com um faturamento em sua empresa, a Projeto, de R$ 20 milhões em 2010, durante o ano eleitoral.
Na manhã desta segunda-feira, Temer e Dilma se despediram na Base Aérea, antes do embarque para Montevidéu e posaram para fotos, nas quais aparecem sorridentes.

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