segunda-feira, 2 de maio de 2011

Entre cachorros, fêmeas são mais atentas a mudanças inesperadas do que machos, aponta pesquisa

Diferenças cognitivas

RIO - Uma pesquisa realizada por cientistas austríacos mostra que as cadelas provavelmente são mais capazes de detectar mudanças inesperadas do que os cães machos, afirma reportagem do site "Discovery". Num teste realizado, elas demonstraram perceber um evento surpreendente, enquanto os machos aparentemente mantiveram-se alheios. Os resultados, que serão publicados na próxima edição da "Biology Letters", demonstram que, assim como os humanos, os animais também apresentam diferenças de gênero na forma como o cérebro funciona.
A pesquisa testou 50 animais de estimação das raças poodle, pastor australiano, golden retriever e também vira-latas. O objetivo era testar se os cachorros seriam capazes de perceber a mudança de tamanho de uma bola. Algumas vezes, por exemplo, uma bola do tamanho de uma bola de tênis apareceu numa tela e, após um pequeno intervalo, uma outra maior era mostrada.
Quando a bola aparecia num tamanho diferente do primeiro, as cadelas olhavam mais para ela do que quando o objeto surgia do mesmo tamanho da primeira vez, uma indicação para os cientistas de que as fêmeas perceberam alguma coisa errada. Já os machos levaram o mesmo tempo olhando a bola diferente e a bola do mesmo tamanho. Entre os humanos, bebês muito novos não parecem notar essa mudança, mas começam a reagir à estranheza durante o primeiro ano de vida.
- Há muitas evidências das diferença nos processos cognitivos entre homens e mulheres humanos - disse Corsin Müller, que liderou o estudo. - Pensando desta forma, certamente era de se esperar encontrar alguma diferença entre os gêneros também nos animais. Não é possível ainda afirmar se os machos não percebem a diferença, ou se percebem e não ligam.
Não houve diversidade de resultado entre os animais castrados, o que sugere que as diferenças no cérebro são estabelecidas cedo, e não são resultado da circulação hormonal nos cães adultos.
Os cientistas não sabem como ou por que essa diferenças existe. Müller e seus colegas não acreditam que haja uma influência evolutivas dos ancestrais desses animais.
- Fêmeas e machos não tinham estilos de vida muito diferentes, a ponto de levar a uma diferença cognitiva como esta - ele diz.
Mas o neurocientista Timothy Koscik, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, aponta que as fêmeas precisam alimentar a prole, e isso poderia ter proporcionado uma grande pressão para ficar alerta a diferenças comportamentais.
- Se você quiser explicar qualquer diferença entre machos e fêmeas, esta provavelmente é a mais óbvia e significativa.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2011/05/02/

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