segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Analistas prevêem inflação acima do teto da meta em 2011

 Por Redação, com Reuters-São Paulo
Pela primeira vez neste ano, o relatório Focus do Banco Central mostrou que o mercado prevê o descumprimento da meta de inflação em 2011, em meio à forte alta recente do dólar.
inflação
Fachado do Banco Central em Brasília; segundo boletim Focus da instituição, devido à alta do dólar, inflação deve superar meta
O prognóstico para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2011 subiu de 6,46% na semana anterior para 6,52%, na sexta alta semanal consecutiva. A meta de inflação do governo é de 4,5% ao ano, com 2 pontos percentuais de tolerância.
Se isso se confirmar, será a primeira vez desde 2003 que a alta dos preços no ano supera o limite da meta de inflação. Mesmo assim, os investidores apostavam na continuidade da queda da Selic, com baixa dos juros futuros na BM&F Bovespa.
Caso a meta seja descumprida, o presidente do BC, Alexandre Tombini, será obrigado a justificar os motivos em carta aberta ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
No final de agosto, o BC surpreendeu o mercado ao interromper o processo de alta dos juros com um corte de 0,5 ponto percentual na Selic, a 12%.
Semanas depois, a piora na crise da dívida da Europa ajudou a empurrar o dólar a R$1,95, com uma valorização de cerca de 20% desde o início do mês. Depois de o BC intervir no mercado futuro de câmbio, a moeda norte-americana diminuiu um pouco a alta acumulada e nesta segunda-feira era cotada a R$1,8475.
Na BM&F Bovespa, porém, as projeções de juros recuavam, com o DI janeiro de 2013 a 10,34%, ante 10,46% no ajuste de sexta-feira.
- A queda dos juros futuros significa que não estão ligando muito para oFocus, disse o economista-chefe da Sul America Investimentos, Newton Rosa. “Isso não desempenha um papel muito importante nas decisões do BC nesse momento. Acho que isso já está na conta. Ele está olhando 2012″, completou.
A projeção do ano que vem, segundo o Focus, foi revista pela quarta vez seguida, de 5,50% para 5,52%.
O estrategista-chefe da corretora CM Capital Markets, Luciano Rostagno, tem opinião semelhante. “Definitivamente não é um fator positivo para o combate à inflação. Mas tudo indica que o Banco Central não está dando muito peso nas suas decisões para as expectativas de inflação do mercado.”
A estimativa para o IPCA nos próximos 12 meses subiu de 5,71% para 5,76%.
PIB
O prognóstico para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 caiu pela oitava vez, passando de 3,52% para 3,51%, enquanto o de 2012 se manteve estável a 3,70%.
A estimativa para a Selic neste ano permaneceu em 11%, e para o ano que vem continuou em 10,75%.
Segundo o Focus, a previsão para a taxa de câmbio no final deste ano passou de R$1,65 por dólar para R$1,68.

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