sábado, 22 de janeiro de 2011

A Função da Gestão de RH e o Cenário Atual

Quando se refere à gestão de pessoas é falar de gente, de mentalidade, de vitalidade, ação e pro ação. A Gestão de Pessoas é uma das áreas que mais sofreu mudanças e transformações nos últimos anos. Não apenas nos seus aspectos tangíveis e concretos como principalmente nos aspectos conceituais e intangíveis. A visão atual da área é totalmente diferente de sua tradicional configuração, quando recebia o nome de Administração de Recursos Humanos (ARH). A Gestão de Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações bem-sucedidas dando importância ao fator humano em plena Era da Informação.
Algumas organizações, até pouco tempo falava-se em relações industriais - uma visão burocratizada que vem desde o final da Revolução Industrial e que encontrou seu auge na década de 1950. Já em outras organizações, fala-se em administração de recursos humanos, enfocando uma visão mais dinâmica que predominou até 1990. Em algumas outras organizações mais sofisticadas, fala-se em administração de pessoas, tendo como abordagem personalizar e visualizar as pessoas como seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais. No entanto, a tendência hoje se verifica voltada ir mais além: o enfoque agora é administração com as pessoas.
A nova visão das pessoas não é mais como um recurso organizacional, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor das ações e criador da inovação dentro das organizações. Um agente pro ativo dotado de visão própria e, sobretudo, de inteligência.

As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de organizações. Separar o trabalho da existência das pessoas é quase impossível, diante da importância e do impacto que o trabalho nelas provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações nas quais trabalham para atingir seus objetivos pessoais e individuais.
Ser bem-sucedido quase sempre significa crescer dentro das organizações. As organizações dependem diretamente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos.
  
As organizações jamais existiriam sem as pessoas que lhes dão vida, dinâmica, energia, inteligência, criatividade e racionalidade, cada uma das partes depende da outra.
As organizações apresentam uma grande variedade. Elas podem ser indústrias, comércio, bancos, financeiras, hospitais, universidades, lojas, prestadoras de serviços etc. Podem ser grandes, médias e pequenas quanto ao seu tamanho. Podem ser públicas ou privadas quanto à sua propriedade. Quase tudo de que a sociedade necessita é produzido pelas organizações.
Vivemos em uma sociedade de organizações, pois nascemos nelas, aprendemos nelas, servimo-nos delas, trabalhamos nelas e passamos a maior parte de nossas vidas dentro delas.

As organizações funcionam através das pessoas, que delas fazem parte e que decidem e agem em seu nome. Vários termos são utilizados para definir as pessoas que trabalham nas organizações. Podem ser chamadas de recursos humanos, colaboradores, associados, capital humano, capital intelectual, se as pessoas têm um valor maior para a organização. A denominação dada às pessoas reflete o grau de importância que elas têm para elas.
A solução usada em RH era a do tipo ganha-perde: se uma parte levava tudo, a outra ficava sem nada. Em situação de recursos limitados e escassos, se uma parte ganhava mais, ela o fazia à custa da outra. Verificou-se que, se a organização busca alcançar os seus objetivos da melhor maneira possível, precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também elas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas as partes saiam ganhando.
Modernamente, a solução do tipo ganha-ganha no jogo de interesses envolvidos é a preferida.
Trata-se de uma solução que requer negociação, participação e sinergia de esforços. As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações constituem o meio através do qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais, com um custo mínimo de tempo, de esforço e de conflito. Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas.
Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando sua visão e atuação estratégica.
Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso. Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologias. Aporte financeiro para a aquisição de recursos. Os empregados contribuem com os acionistas e investidores contribuem com capital e investimentos que permitem o seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização. Os clientes e consumidores contribuem para a organização, adquirindo seus bens ou serviços colocados no mercado. Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição. Muitas organizações utilizam meios para obter a inclusão de novos e diferentes parceiros para consolidar e fortificar seus negócios e expandir suas fronteiras através de alianças estratégicas.
Através desses resultados a organização pode proporcionar um retorno maior às contribuições efetuadas pelos parceiros a fim de manter a continuidade do negócio. Todos os parceiros do negócio são indispensáveis para o sucesso da empresa. O parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele que está dentro dela, que lhe dá vida e dinamismo e que faz as coisas acontecerem.

Gestão de Pessoas
Antônio Carlos Gil - São Paulo. Ed. Atlas 2001

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