Novamente,
somos apresentados a fatos que não nos surpreendem, pois os investimentos em
"respostas" sempre foram mais robustos que os investimentos em
"prevenção"
Por Alexandre Prates, www.administradores.com.br
Manchetes
e notícias vêm aterrorizando o país nos últimos dias. Embora fortes,
infelizmente não apontam nenhuma novidade. Ano após ano somos apresentados a
esses eventos climáticos que destroem patrimônios e vidas em todo o Brasil. O
que difere é o tamanho da catástrofe, que a cada dia torna-se a maior de todos
os tempos, o que também não é nenhuma novidade, pois cientistas de todo o mundo
apontam insistentemente para esta tendência.
Segundo
informações do portal Contas Abertas, o governo federal, fonte de verba para
todo território nacional, gastou apenas 13% do orçamento autorizado para o
programa de "prevenção e preparação para emergências e desastres"
este ano. Por enquanto, dos R$ 546,6 milhões previstos para 2009, apenas R$
72,5 milhões foram aplicados até o último dia 10.
Enquanto
isso, com o programa de "resposta aos desastres", que recebe recursos
após a ocorrência dos problemas, o governo federal, por meio dos ministérios da
Integração Nacional, Defesa e Agricultura, já gastou R$ 1,1 bilhão este ano
(68% da dotação anual), montante quase 15 vezes superior ao aplicado com o
programa de prevenção.
Novamente,
somos apresentados a fatos que não nos surpreendem, pois os investimentos em
"respostas" sempre foram mais robustos que os investimentos em
"prevenção". Segundo especialistas, existem diversos motivos que
corroboram para isso, e um dos que mais me impressionou é o fator político,
eleitoreiro. Prevenção garante menos votos que recuperação. Afinal, é mais
fácil agradar quem sofreu com uma catástrofe e perdeu tudo, pois qualquer ajuda
está de bom tamanho, do que convencer alguém a sair de sua casa em uma zona de
risco. Quando estou no conforto da minha casa, dificilmente alguém conseguirá
me convencer a deixar a minha zona de conforto.
Cadê o propósito?
Analisando
o fato acima, podemos ver claramente que o propósito maior de ser o líder de
uma nação foi totalmente esquecido. Pessoas morrem anualmente, mas os mesmos
políticos continuam no poder, porque sabem jogar o jogo sujo da conquista de
votos a qualquer preço.
E
vemos isso também nas organizações. Líderes que focam todas as suas energias na
defesa de suas teses e anseios, no intuito de alimentar o seu ego e subir a
qualquer preço.
Mas afinal, qual é o propósito maior de um líder?
Diga-me
outro propósito da liderança que não seja o de melhorar a vida das pessoas e
facilitar os caminhos para que elas conquistem os seus objetivos pessoais e
profissionais, mesmo que, para isso, o líder tenha que tomar decisões
contrárias à vontade do liderado, mal vistas em curto prazo, mas fundamentais
em longo prazo.
Precisamos
de líderes em todas as esferas da sociedade que resgatem o verdadeiro propósito
da liderança: servir às pessoas!
Mas,
sinceramente, o que mais me impressiona em tudo isso é a capacidade de tais
"líderes" de deitar a cabeça no travesseiro e conseguir ter uma noite
de sono profundo, mesmo sabendo que vidas e carreiras são destruídas pelo seu
próprio ego.
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