quinta-feira, 22 de março de 2012

Câmara pode retomar votações só em abril


Por Jeferson Ribeiro
BRASÍLIA, 22 Mar (Reuters) - A crise na base aliada do governo deve paralisar as votações na Câmara por pelo menos duas semanas, aprofundando a dificuldade do governo para aprovar a Lei Geral da Copa e cristalizando a difícil relação da presidente Dilma Rousseff com os congressistas.
A paralisia é motivada pela insatisfação generalizada com o tratamento do governo aos partidos aliados e alimentada pela bancada ruralista que reúne 213 deputados e só aceita votar a Lei Geral da Copa com o compromisso do Executivo de um calendário para votação da reforma do Código Florestal.
Na próxima semana, além da dificuldade de negociação sobre esses temas, a presidente e o vice-presidente Michel Temer estarão fora do país. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), assumirá a presidência da República interinamente, tornando as votações na Casa mais improváveis. Em seu lugar, assume a presidência da Câmara a deputada Rose de Freitas (PMDB-ES).
Há ainda o feriado da Páscoa na primeira semana de abril que colabora para o congelamento das votações.
Na quarta-feira, após fracasso da tentativa de votar a Lei Geral da Copa no plenário, o governo percebeu que conta com poucos votos se tentar aprovar a matéria sem negociar com os ruralistas, que têm sua posição fortalecida pela insatisfação dos demais aliados.
Contudo, mesmo diante desse quadro, o Palácio do Planalto continua disposto a esticar a corda e não pretende negociar uma data para votação do Código, pois acredita que sofrerá uma derrota e isso obrigaria a presidente a vetar alguns pontos do texto, o que descontentaria parlamentares ligados ao agronegócio, gerando desgaste político.
"Hoje, de fato, não há como fazer previsão em qualquer sentido", disse o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) à Reuters sobre as votações nas próximas semanas.
Segundo Chinaglia, colocar uma data para votar o Código Florestal não resolve o problema. O líder disse ainda que continuará tentando construir um acordo sobre "o mérito" do projeto.   Continuação...

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