sábado, 16 de julho de 2011

IGP-10 reduz ritmo de queda com deflação de 0,12% em julho

 Por Redação, com ACS/FGV - de São Paulo
O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) ficou em -0,12% em julho. O resultado foi superior ao registrado um mês antes, quando houve queda ainda mais intensa, de 0,22%. No ano, o índice acumula alta de 3,16% e no período de 12 meses, de 8,59%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Entre os componentes do IGP-10, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou -0,21% em julho, registrando queda menos forte do que em junho (-0,69%). A alta na taxa foi influenciada pelos alimentos in natura (de -4,47% para 1,16%) e por materiais e componentes para a manufatura, (de -1,16% para 0,14%). O IPA responde por 60% do IGP-10.
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% da taxa global, caiu de 0,10% para -0,13% na passagem de um mês para o outro. Quatro das sete classes de despesa apresentaram decréscimo nas taxas, com destaque para alimentação (de -0,37% para -0,88%), principalmente hortaliças e legumes (de -0,86% para -3,42%), laticínios (de 1,64% para -0,22%) e frutas (de -4,71% para -6,15%); e habitação (de 0,66% para 0,30%), especialmente taxa de água e esgoto residencial (que no levantamento anterior variou 1,98% e nesta apuração permaneceu estável) e tarifa de eletricidade residencial (de 0,74% para 0,12%).
Último componente do IGP-10, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também diminuiu de um mês para outro, passando de 2,18% para 0,48%. Os três grupos que formam o índice apresentaram taxas menores em julho: materiais e equipamentos (de 0,42% para 0,39%), serviços (de 0,45% para 0,26%) e mão de obra (de 3,98% para 0,60%). O INCC é responsável por 10% do índice geral. Para calcular o IGP-10, foram coletados preços entre os dias 11 de junho e 10 de julho.
Leite em alta
A indústria já paga mais pelo litro de leite e os novos preços deverão chegar ao consumidor até o final deste mês, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV). A expectativa é que os preços tenham alta de 5% a 10%, conforme a marca e o tipo de leite, segundo a associação. Entre os fatores que pressionam os números além do previsto para esta época do ano estão a produção mais baixa no Sul do país, a alta dos custos impulsionada pelas commodities e a entressafra nas regiões Centro-Oeste e Sudeste.
Segundo a pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, Aline Barrozo, em conversa com jornalistas, o aumento médio no valor pago ao produtor em junho foi de 3,36%, em comparação com maio. Já a produção do país foi 2% inferior em maio, em comparação com o mesmo mês do ano passado. Entre os Estados, o preço pago bruto ao produtor variou de R$ 0,8996, em São Paulo, a R$ 0,7291, na Bahia.
Crédito mais caro
Um dos principais vetores do aumento inflacionário, o crédito tem aumentado, apesar das restrições anunciadas desde o fim do ano passado, que levaram a um aumento na procura por linhas mais caras, como as do cartão de crédito e do cheque especial.
Na outra ponta, a modalidade dos consignados, empréstimos com desconto em folha de pagamento, e as linhas para a compra de veículos que trabalham com taxas de juros mais baixas perderam espaço no financiamento para os consumidores.
Dados do Banco Central mostram aumento superior a 15% na média diária de concessões no cartão de crédito e no cheque especial em maio passado na comparação com dezembro de 2010. No mesmo período, a liberação de novos financiamentos de veículos caiu 17,4%.

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