terça-feira, 5 de julho de 2011

Senador do PR adianta que ministro vai falar ao Senado

  Por Redação, com agências de notícias - de Brasília
Transportes
O ministro dos Transportes resolveu se explicar perante os senadores
O ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, deve participar de uma audiência pública na próxima semana, no Senado, para explicar o envolvimento da cúpula da pasta em um esquema para cobrar propina e superfaturar obras em nome do Partido da República (PR). Ele falará em sessão conjunta das comissões de Infraestrutura (CI) e Meio Ambiente, Fiscalização e Controle (CMA). Apesar dos senadores terem a prerrogativa de convocar um ministro, o requerimento foi de convite.
A vinda do ministro ao Senado foi acertada entre ele e integrantes das bancadas do PR no Congresso. Tanto que o requerimento de convite apresentado nesta terça-feira (5) foi de autoria de Blairo Maggi (PR-MT). De acordo com Maggi, o titular da pasta dos Transportes afirmou em reunião com senadores ontem (4) que irá ao Senado. Segundo o senaor, o ministro contou que houve um “aumento das obras que estavam programadas para serem feitas e com o passar do tempo, durante o período da eleição, foram colocadas novas obras e novos viadutos dentro da mesma obra”. A data provável da audiência é 14 de julho.
Sobre as informações veiculadas de um suposto “mensalão do PR” com recursos do Dnit, Maggi disse que é preciso aguardar investigações da Polícia Federal e dos “órgãos competentes” para ver o que realmente ocorreu.
– Se ficar comprovado que houve qualquer comprometimento de parlamentares ou servidores públicos, neste sentido, eles deverão ser afastados definitivamente da política ou do serviço público – afirmou.
Pela manhã, líderes da oposição no Senado entraram com uma representação na Procuradoria Geral da República (PGR) pedindo a abertura de inquérito sobre as irregularidades denunciadas pela revista semanal ultraconservadora Veja na sua última edição. Eles também planejam iniciar a coleta de assinaturas para a abertura de uma CPI e convocar Nascimento – com a articulação feita pelo PR, a convocação deve cair.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a base do governo não dará respaldo a qualquer iniciativa da oposição de tentar instalar uma comissão parlamentar de inquérito para investigar as denúncias de superfaturamento e pagamento de propina no Dnit.
– A CPI é uma tentativa da oposição de fazer um embate político. E não vamos concordar com isso até porque o ministro virá ao Senado, irá à Câmara. Há uma investigação aberta, a CGU está investigando também e o governo tem toda predisposição de investigar até o limite. Portando, não há necessidade de CPI – acrescentou.
De acordo com a revista, parlamentares, assessores do governo, policiais, empreiteiros, consultores e empresários contaram que figuras ligadas ao PR e ao ministério cobram propina de 4% de seus fornecedores em troca de licitações, com garantia de superfaturamento de preço e generosos aditivos. O próprio ministro e o deputado Valdemar Costa Neto (PR-SP) são apontados, segundo a reportagem, como dois dos coordenadores do esquema.
Sindicância
Foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira uma portaria que institui a comissão de sindicância investigativa responsável por apurar as denúncias de irregularidades, noticiadas por Veja desta semana, sobre a prática de superfaturamento de projetos e cobrança de propina de empreiteiras. O ministro dos Transportes estabeleceu prazo de 30 dias para a conclusão da apuração.
A Comissão de Sindicância Investigativa será presidida pelo servidor Marco Antônio Prandini, assessor especial de Controle Interno. Também integram a comissão Pablo Bourbom Soares, advogado da União e coordenador-geral da Gestão Técnica e Administrativa, além de Rafael Magalhães Furtado, advogado da União e coordenador-geral de Acompanhamento de Órgãos de Controle Interno e Externo e de Supervisão de Entidades Vinculadas.

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