Executivo avalia a importância do planejamento e explica como
elaborá-lo da maneira mais eficiente para se conseguir sucesso
profissional
Que a vida tem seu próprio caminho e que nem sempre o que planejamos
acontece, não é segredo para ninguém. Mas isso não dispensa a elaboração
de um plano de carreira, principalmente se o profissional quer aumentar
suas chances de sucesso na conquista de seus objetivos.
O CEO do Grupo Soma, Antônio Carminhato, apesar de reconhecer que
muitos executivos de sucesso não fizeram um plano de carreira, avalia
que é fundamental os jovens sem muita experiência, e mesmo os executivos
formados, se preocuparem com um planejamento.
Traçar metas, definir objetivos e saber onde se quer chegar é
importante, pois só com esses dados em mãos você vai saber o que é
preciso fazer para conquistar seus objetivos.
Tenha um modelo
Carminhato sugere que antes de tudo o profissional tenha um benchmark, ou seja, um modelo de executivo que ele admire.
“Se ele tiver um modelo, um profissional que ele
admira, ele poderá traçar um plano de carreira baseado na experiência
de outros executivos”, avalia Carminhato. Encontrado seu
benchmark,
é o momento de traçar suas metas e objetivos. É indispensável que o
indivíduo tenha um objetivo profissional. Caso não o tenha, o plano de
carreira não será necessário, mesmo porque, nesses casos, qualquer
destino é válido.
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Chad McDermott/ iStockPhoto |
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Caso não tenha um objetivo de carreira, o plano não será
necessário, porque, nesses casos, qualquer destino é válido, destaca o
executivo |
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Defina suas metas
Para traçar seu plano de carreira, saiba que é sempre bom ter uma
meta factível, considerando o médio e o longo prazo. O CEO do Grupo Soma
fala em prazos de cinco a dez anos. A faixa temporal sugerida é
interessante, pois tudo vai depender muito do que se pretende atingir.
Para determinados objetivos, cinco anos é um prazo insuficiente, mas
para outros, dez é demais.
Tenha em mente também que, na definição do plano de carreira, o
imediatismo é um grande inimigo. Saiba que tudo no mundo profissional é
lento e gradual, “ninguém sai da posição de estagiário e vira gerente”. É
preciso considerar toda a escala de evolução dentro da empresa para que
se atinja o determinado status planejado.
Desenvolvendo as competências
Mas sejamos práticos: como um plano de carreira vai te ajudar?
“Ele ajuda principalmente no sentido de definir um cenário claro e
palpável do que você precisa para chegar onde quer”, afirma Carminhato.
A ideia é a seguinte: depois de traçar seu objetivo profissional,
observe aquele modelo de executivo que você definiu inicialmente. Dessa
observação, coloque no papel as competências que ele possui e confronte
com as suas. Veja o que você precisa desenvolver e reconheça o que não
domina.
Esse trabalho vai ajudar a deixar as coisas mais claras, pois você
percebe onde está, onde quer chegar e o que precisa fazer para que tudo
aconteça. Com isso claro e bem definido, é possível traçar metas de ano
em ano, ou seja, nos próximos dois anos, por exemplo, foque no
desenvolvimento de determinadas competências que acredite ser mais
interessantes; nos dois anos seguintes, escolha outras. Assim, você vai
conquistando as competências de uma forma gradual e consistente.
Reciclagem profissional
No curso da sua carreira, oportunidades para
realizar uma reciclagem profissional não vão faltar, mas cuidado, tudo
deve ser muito bem avaliado e ponderado. Em uma época na qual os
profissionais trocam muito mais de emprego do que se costumava fazer, é
importante não se precipitar.
“Reciclagem profissional é saudável, mas a reciclagem de uma forma
acelerada, não”, o CEO do Grupo Soma ainda complementa que deve haver um
período de equilíbrio entre a troca de posição e o tempo mínimo que o
profissional deve ficar na empresa.
O ponto crítico para decidir entre sair ou não de uma empresa deve
ser as oportunidades de desenvolvimento que a mesma oferece. Então, veja
se sua empresa está lhe oferecendo essas oportunidades, e que elas
sejam sólidas e reais, e, em caso afirmativo, prefira aproveitá-las a
buscar outras posições. Se acreditar que já esgotou todas as
oportunidades, então é hora de mudar.
Lembre-se sempre: a análise deve ser fria, madura e sem qualquer tipo
de envolvimento emocional. Tenha ainda em mente o longo-prazo, não se
deixe levar pelo imediatismo do curto prazo. “Pode ser que uma mudança
rápida de emprego traga uma satisfação momentânea na nova posição, mas
pode gerar um outro processo de estagnação que não estava previsto”,
avalia Carminhato.
Outros pontos que são importantes considerar na análise são, em
primeiro lugar, se você gosta do que faz, se é reconhecido e, também, a
questão do salário, que pode não ser o ideal, mas deve estar adequado
pelas atividades que desenvolve dentro da empresa.
E se no meio do caminho as coisas não forem exatamente como você pensava?
Hoje, o mercado e as pessoas estão muito mais
flexíveis do que há alguns anos. Se você percebeu que a profissão
escolhida não era exatamente aquilo que esperava, considere fazer uma
segunda graduação, por que não?
A questão aqui é responder a perguntar fundamental: vou ficar os
próximos 50 anos assumindo o erro que eu fiz ou vou tomar uma decisão e
fazer aquilo que eu gosto? Lembre-se ainda que a vida profissional já
não é mais de 30, 35 anos como era no passado; ela agora é muito mais
longa, pela própria longevidade da população.
Com isso em mente, avalie muito bem e prefira atrasar quatro ou cinco
anos sua carreira profissional do que estragar o resto da sua vida. A
decisão, claro, é extremamente pessoal e não deve, em hipótese alguma,
ser tomada pela impulsividade.
Não esqueça, porém, que o curso da vida pode levá-lo para caminhos
jamais planejados, mas isso não dispensa um plano de carreira. “Não é
porque o mar vai estar tumultuado que eu não vou fazer um planejamento
da travessia do oceano, não vou deixar meu barco ao léu só porque pode
acontecer uma coisa lá no meio do oceano”.
O plano da travessia é sim essencial e, se lá no meio do oceano tiver
uma turbulência, você com certeza vai estar muito mais bem preparado
para decidir do que se não tivesse feito o plano antecipadamente.
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