Postado por BLOG DO CARIOCA
Lia, um dia desses, os perigos das notas de esclarecimentos, que, aliás, viraram rotina dos governos e de suas assessorias, elaborarem tais requisitos.
Perdeu a finalidade. Até entendo a emoção do comandante da PM. No muito que tenho andando pelos quartéis da PM no Estado do Acre, muito ouvi falar da competência de Paulo Cesar, considerado por muitos colegas de farda como o cérebro da corporação, o homem que pensa, que projeta, que planeja. Isto, porém, não diminui em nada a sua responsabilidade diante do ato cometido no final de semana. Pelo contrário, aumenta.É tanto que o próprio coronel Paulo César na manhã de segunda-feira, não se esquivou de receber a reportagem do site e esclarecer o maior questionamento da opinião pública, de quem somos porta-voz: “Eu não estava embriagado”, disse o oficial. Se tal matéria tivesse o objetivo de ser tendenciosa, como afirma o comandante da PM, o veículo de informação, único a ter a coragem de publicar o ocorrido, não teria dado o mesmo espaço para a resposta. O que, aliás, tem sido uma rotina nas coberturas jornalísticas envolvendo a Policia Militar. Ocorre que, nesta roda, o mundo é o que é sua fortuna, sua renda, sua posição, suas chances. Na consciência dos homens, a máscara econômica e o que está debaixo dela coincidem nas mínimas reguingas. Cada um vale o que ganha, cada um ganha o que vale.Tenho minha consciência tranqüila de prestar um serviço a sociedade. Para mim, isso é o que vale. Os homens são suaves, quando desejam alguma coisa dos mais fortes, e brutais, quando o solicitante é mais fraco do que eles.
O problema é que tais notas, como a que foi divulgada ontem, pelo Coronel Anastácio [na tentativa de esclarecer o acidente automobilístico que se envolveu o coronel Paulo Cesar], pouco esclarecem. Nunca vi nota de esclarecimento e de solidariedade juntas. Houve um erro grosseiro da assessoria de imprensa misturar o que deveria ser uma defesa técnica com sentimentos corporativistas.
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