sexta-feira, 17 de junho de 2011


gilberto kassab Acuado, Kassab reage e ameaça contar tudo
A coisa está ficando feia para os lados do prefeito paulistano Gilberto Kassab, que deixou o DEM (antigo PFL) e vinha trabalhando na surdina para criar um novo partido, o PSD, com o objetivo de atrair descontentes de todas as latitudes e se lançar como uma nova liderança nacional.
Definido por ele mesmo como um partido que "não é de esquerda, nem de direita, nem de centro", nem de cima nem de baixo, nem governo nem oposição, ou seja, um verdadeiro frankstein do fisiologismo político nacional, o PSD logo ganhou adeptos.
Tudo vinha bem, só que o partido começou a crescer demais e a incomodar antigos aliados de Kassab, um legítimo produto do conservadorismo paulistano.
Protegido pela blindagem da imprensa paulista aos governos municipal e estadual, grandes anunciantes, o prefeito paulistano se sentiu acuado diante das primeiras denúncias de falcatruas que vazaram esta semana e pela movimentação dos ex-aliados do DEM para impedir na Justiça a criação do novo partido.
Descobriu-se primeiro que Kassab vinha usando a estrutura da Prefeitura para recolher as 490,3 mil assinaturas necessárias para a criação do PSD. Para poder concorrer nas próximas eleições, o partido precisa conseguir o registro até o dia 30 de setembro. Daí a pressa e a falta de cuidados para conseguir as assinaturas.
Na quinta-feira, em São Paulo, o presidente do PT municipal, vereador Antonio Donato, recolheu as assinaturas necessárias para pedir a criação de uma CPI.
Em Santa Catarina, o Ministério Público começou a investigar a lista de adesões ao PSD depois da denúncia de que cinco eleitores mortos foram incluídos na relação.
Como já havia acontecido em outras ocasiões, Kassab perdeu a paciência e partiu para o contra-ataque. Sob o título "Faroeste Paulista", a coluna Painel da "Folha" revela os bastidores de uma brigalhada que aconteceu dois dias atrás,  mas só veio a público nesta sexta-feira.
"Vocês querem acabar comigo, mas sou eu que vou acabar com vocês", ameaçou um Kassab fora de controle, ao invadir o gabinete do ex-aliado íntimo Rodrigo Garcia, secretário de Desenvolvimento Social do governo estadual.
Sem se importar com a presença de dois prefeitos do interior, Kassab cobrou lealdade de Garcia e lembrou que tem munição contra ele. Seria bom mesmo que os dois contassem tudo o que sabem um sobre o outro e o que acontece nos bastidores da política paulista protegida por uma cortina de silêncio.
Segundo Garcia, o governador, a quem Kassab também foi se queixar de que pretendem acabar com ele, foi informado de tudo.
Para se ter uma ideia de como a imprensa local trata de resguardar os seus governantes, preocupada apenas em investigar atos do governo federal e de parlamentares de outros Estados, basta lembrar um episódio ocorrido na última semana.
Durante quatro dias, São Paulo foi governada por Guilherme Afif, do PSD, que rompeu com Geraldo Alckmin e está ajudando Kassab a montar o novo partido, mas só os leitores deste Balaio foram informados sobre esta breve mudança no Palácio dos Bandeirantes.
Por acaso, fiquei sabendo na sexta-feira passada que o governador Alckmin viajara para o México _ foi visitar seus netos gêmeos que tinham acabado de nascer _ e só voltaria na terça-feira. Não li esta notícia em mais lugar algum.
Expostos à luz do sol, os bastidores da política paulista não são muito diferentes daqueles que imperavam nos sertões nordestinos nos tempos dos coronéis de antigamente.

Um comentário:

  1. Nada irá acontecer, coisas irão acontecer escondidas, irão entrar em um acordo de ficarem calados e ficará por isto mesmo. São pessoas poderosas que nunca irá acontecer nada pelo menos no Brasil. Dúvido Kassab que você fale alguma coisa, você não tem peito para isso, bando de covardes!!

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